“Quer ouvir minha voz? Então abre o Spotify” é a aposta de refrão no novo funk de pelúcia de Julio Secchin. O single Meus Boletos chega nas plataformas digitais acompanhado do videoclipe dirigido pelo próprio artista nesta sexta-feira, dia 14 de abril. Além de assinar o filme, Julio também é responsável pela composição e produção musical – que além do toque de “funk de pelúcia” também traz elementos de um “pagode-indie” misturado à MPB em seu cantar suave e essencialmente romântico. A faixa anuncia sua nova era e junto à ela seu novo álbum que tem previsão de lançamento no segundo semestre deste ano.
Fruto de uma desilusão amorosa, Meus Boletos antecede a comédia romântica que será entregue no álbum. ““Escrevi um verso pra cada maldade, hoje eu pago meus boletos com tua falsidade” veio numa linha um pouco diferente: a música é pra mim um processo de auto-escuta e de transformação de sentimentos dolorosos em coisas boas e agradáveis. Acho que isso está presente ao longo de todo repertório e dá uma unidade de escrita para o álbum novo também”, comenta Julio. “Nelson Cavaquinho dizia “tristeza só nas músicas, na vida eu sou alegre”. Eu me sinto um pouco como Nelson Cavaquinho às avessas. A maior parte das minhas alegrias está na música”, diz.
A escolha do pontapé inicial de sua nova era foi simples: “De todas as músicas novas, essa é a favorita da minha mãe. E ela costuma acertar”, explica. Romântico e desiludido, Julio traz em suas composições letras desaforadas e de lamentos por situações adversas que se encontrou com ex-crushes e o trouxeram até aqui. Mas se engana quem pensa que desta vez o amor segue em barco furado: “Tem mais encontros do que desencontros e um final feliz. Mas também tem uma espécie de humor ácido que os fãs vão reconhecer e lembrar de outras canções do repertório”, diz.
Como de praxe, Julio é responsável pela concepção e direção do videoclipe. Ambientado em apenas dois cenários e de forma simples, ele desenha assim os sentimentos ali explicitados na letra da música. Na primeira cena, o cantor está com o violão no meio de um campo de girassóis, rodeado pela abundância das flores tão solares como resultado da transformação de angústias e tristezas em coisas positivas. ““Escrevi um verso pra cada maldade” – cada girassol é um verso em certo sentido”, explica. Já na cena seguinte e pela primeira vez com seu típico cavaquinho em cena, o artista toma uma cerveja rodeado de engradados. “Os frutos do trabalho estão aí “hoje eu pago meus boletos com tua falsidade”. Sem ostentação, pagando meus boletos e vivendo minha vida em paz”, complementa.
Desilusões que levaram às suas composições, mas o título da música também não é apenas uma provocação. Pode-se dizer que Julio também celebra a forma como sua carreira deslanchou com seus lançamentos e a forte adesão da internet ao seu som. Também afetado pela pandemia assim como toda a classe artística, o cantor reforça que foi a viralização da música “Jovem” e consequentemente outras músicas que o permitiram pagar seus boletos no período de isolamento. “Ao contrário da maioria dos artistas, minha renda vinha da distribuição digital (Spotify, Youtube, TikTok, etc) e acabou acontecendo algo inesperado durante a pandemia: o número de acessos às minhas músicas aumentou muito, “Jovem” viralizou no TikTok e isso gerou uma renda muito importante pra mim e pra minha família”, reflete ele.
Atualmente, Julio soma 935 mil ouvintes mensais no Spotify e aproximadamente 95 milhões de streams na plataforma desde seu primeiro lançamento, em 2018. Inclusive, “Jovem” tem mais de 16 milhões de visualizações no Youtube.
