Cerca de 30 mil pessoas passaram pelo festival Turá, no Auditório Ibirapuera, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O evento fez da sua segunda edição um movimento de afeto, convívio e ativação de memória afetiva — tudo aquilo que ressoa, conecta e representa o que nós, brasileiros, somos. Assim, o Turá se estabelece no calendário de festivais mais aguardados do país.
O primeiro dia de Turá, no sábado, começou com sol quente, deixando o cenário perfeito para uma tarde no parque. Inclusive, a locação do festival acabou se tornando uma das protagonistas desta edição, com fácil circulação e muitas áreas de sombra — as redes nas áreas de descanso foram um hit entre o público presente. A estreia do cantor e compositor Lucas Mamede em festivais deixou um marco neste dia, assim como a presença de Maria Rita e MC Hariel. A programação de DJs entre os shows funcionou de trilha sonora perfeita enquanto as pessoas exploravam as experiências proporcionadas pelo espaço, das comidinhas às ativações dos patrocinadores. O Turá concluiu o seu primeiro dia com os shows de Zeca Pagodinho e de Jorge Ben Jor, dois artistas que estão no panteão da música brasileira e que tão bem representam a riqueza sonora do país.
No domingo, o Turá também aconteceu com o sol a pino. Em uma tarde gostosa, o público estendeu cangas pelo parque, criou rodas de dança e de troca. A banda Tuyo criou um clima de boas vindas para quem chegou cedo para aproveitar ao máximo a programação do dia, que contou com Delacruz (convidando BK’ e Luccas Carlos) e Pitty (convidando Marcelo D2 e Céu). A roqueira aproveitou o palco do Turá para apresentar, pela primeira vez em São Paulo, o show em que ela celebra os 20 anos do disco Admirável Chip Novo. Além dos DJs, que mais uma vez foram responsáveis por manter uma dinâmica sonora importante ao longo do dia, Joelma pareceu se divertir tanto quanto o público durante o seu espetáculo. A Discopédia serviu como esquenta para o show mais aguardado do dia: Gilberto Gil & Família. Foi a primeira vez que esta apresentação foi feita na capital paulista e emocionou a todos não só pela beleza do repertório, mas também pela exaltação à ancestralidade e continuidade de uma obra. Em tratamento de um câncer descoberto em janeiro, Preta Gil participou do show com a aprovação da sua equipe médica.
O festival Turá 2023 também foi sinônimo de responsabilidade social ao executar campanhas de doações, acessibilidade e ações sustentáveis. Como forma de dar maior destaque para causas importantes, o evento evocou a importância do descarte correto de resíduos. O conceito de “aterro zero” buscou evitar o descarte em aterros, promovendo a redução, reutilização, reciclagem e compostagem. A neutralização de carbono, por sua vez, foi encabeçada pela Hering: uma ação que acompanha o festival desde o ano passado e foi pensada como forma de reduzir o impacto ambiental, com a estimativa de compensar cerca de 269 toneladas de emissões de Gases de Efeito Estufa durante os dois dias de festival – em colaboração com a Jundu, plataforma que certifica e comercializa créditos de carbono para proteger ecossistemas em projetos que aceleram a transição para uma economia de baixo carbono.
O Turá sai de sua segunda edição com a missão cumprida de celebrar a cultura brasileira. Tendo como ponto de partida a música, mas contemplando também outras manifestações que colaboram para a construção da rica identidade do país, como é o caso da gastronomia, o festival já começa a pensar nos próximos passos para 2024.